sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Caracterização mineralógica

           De acordo com Vale Júnior (2000), nas condições climáticas da Amazônia, os solos, de modo geral, apresentam mineralogia típica de alterações monosialíticas, com predomínio de caulinita e oxi-hidróxidos de Fe/Al. Além das condições climáticas, o material de origem (sedimentos pré-intemperizados da Formação Boa Vista e produtos do intemperismo de rochas vulcânicas básicas da Formação Apoterí), têm marcante influência na mineralogia nos solos do Campus do Cauamé.
O mineral predominante na fração argila, de acordo com os resultados da difratometria de raios-X é a caulinita, mineral de argila 1:1 indicando relativo grau de intemperismo do LAdx e conseqüentemente pobreza química, resultando em baixa fertilidade (apêndice 1 e figura 8). Resultados semelhantes foram apresentados em outros trabalhos (EMBRAPA, 1982a; 1983; 1984; 1990a; 1990b; MELO, 2002; MELO et al., 2006). Dentre estes, destacamos o estudo realizado no Campus Experimental Monte Cristo (EMBRAPA, 1990b), pois, situa-se muito próximo ao Campus do Cauamé.
A presença da Goethita no horizonte diagnóstico está concordante com a coloração amarelada observada nesta classe de solo e com o grau de intemperismo, uma vez que este mineral é um hidróxido de ferro, característico de solos bastante intemperizados, e que, portanto, reforça a baixa fertilidade natural deste solo, já discutida na caracterização química e confirmada com o predomínio da caulinita na fração argila.

Como extrair Cálcio, magnésio e alumínio dos solos

              O Ca, Mg e Al trocáveis foram extraídos por solução de KCl 1 mol/L, de acordo com Embrapa (1997b). O Al trocável, titulando-se uma fração do extrato com NaOH 0,025 N, utilizando azul de bromotimol como indicador. O Ca+2 e Mg+2 foram determinados por espectrofotometria de absorção atômica (EAA).
Para a extração do Ca, Mg e Al, foram pesadas 5 gramas de TFSA em balança analítica. Adicionou-se 50 mL da solução extratora (KCl 1 mol/L. As amostras foram agitadas em agitador horizontal por 15 min a 300 rpm e filtradas com filtros apropriados (EMBRAPA, 1997b).
Na determinação do Ca, a leitura das amostras 40, 41 e 42 coletadas no perfil 10 (Vertissolo Hidromórfico), foi repetida com diluição de 10 vezes em tubos de ensaio, ou seja, 1 mL da amostra e 9 mL de lantânio a 0,1%. As demais amostras foram repetidas sem diluição. Para a determinação do Magnésio, foi repetida com diluição de 10 vezes, a leitura das amostras 40, 41, 42, 49 e 50, as duas últimas coletadas no perfil 12 (Neossolo Flúvico Vértico), as demais amostras, sem diluição.
Para a determinação do Al, foram pipetados 25 ml do extrato. Adicionou-se 3 gotas do indicador azul de bromotimol g.L-1 e procedida a titulação com solução de NaOH 0,025 Mol/L. A reação ou viragem se deu com uma leve mudança da cor amarela para a verde, a qual indica a acidez total da amostra (EMBRAPA, 1997b).

Coleta de solo

             Para a caracterização das propriedades físicas, morfológicas, químicas e mineralógicas, foram coletadas 58 amostras de solos dos horizontes devidamente descritos, segundo o manual de descrição e coleta de solo no campo (SANTOS et al., 2005). Durante esta etapa do estudo, todas as informações foram processadas em computador, possibilitando a execução dos trabalhos e classificação preliminar dos solos.
Uma vez coletadas as amostras no campo, as mesmas foram transportadas à casa de secagem de solos do Departamento de Solos e Engenharia Agrícola do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFRR, onde foram destorroadas, secas ao ar e peneiradas em malha de 2 mm até a estabilização do peso. Em seguida, foram conservadas até serem transportadas aos laboratórios de solos do INPA-AM, CCA/UFRR-RR, da EMBRAPA-RR e da UFV-MG onde foram procedidas as análises físicas, químicas e mineralógicas.

Mata ciliar

              A mata ciliar apresenta pequena expressão geográfica na área estudada, estando situada em alguns trechos da margem esquerda do rio Cauamé. Nessas áreas, que ficam submersas pela águas do rio Cauamé por alguns meses, encontramos o Neossolo Flúvico Vertissólico e o Neossolo Flúvico Psamítico

Formação pioneira

Nas áreas de relevo abaciado com presença de banhados, lagos e igarapés constatamos as formações pioneiras sobre Gleissolo, caracterizadas pelo extrato graminoso e no período chuvoso ocorre o desenvolvimento acentuado de macrófitas aquáticas. Margeando os banhados podemos registrar a presença de buritis destacando-se entre outras espécies. Essa composição florística dos banhados é válida para outras regiões do estado de Roraima.
Próximo à calha do rio Cauamé originam-se pequenos igarapés. Neles, origina-se uma formação pioneira onde a vegetação difere um pouco da dos banhados, pois, a presença de veredas de buritis é obrigatória e predominante, no entanto, outras espécies como, por exemplo, a buritirana também são encontradas

Savana gramíneo-lenhosa

Esse tipo de fitofisionomia caracteriza-se por apresentar domínio de gramíneas, mas apresenta algumas lenhosas anãs. Esta descrição é feita por Brasil (1975), porém, usando a denominação de savana graminosa (campo). Na área estudada a savana gramíneo-lenhosa apresenta pequena expressão sendo encontrada em Latossolo Amarelo e Argissolo Amarelo nas áreas de relevo plano e relevo abaciado, respectivamente

Savana parque

É o tipo de formação predominante no Campus Cauamé, desenvolvendo-se preferencialmente em relevo plano e suavemente ondulado. Nas áreas onde encontramos manchas de Plintossolo Concrecionário Pétrico, esse tipo de savana chega até às margens do rio Cauamé. Nas áreas de encostas (barrancos), a presença de petroplintita e horizonte Litoplíntico funcionam como proteção contra os processos de erosão.                        
Segundo Brasil (1975), a savana parque apresenta fisionomia campestre com árvores isoladas e/ou grupos de plantas também isolados, espalhados de maneira mais ou menos ordenada (figura 3). Apresenta menor densidade do estrato arbóreo que as savanas arbórea aberta e arbórea densa, tendo o caimbé como a espécie arbórea dominante.

Caracterização geológica e geomorfológica

O pediplano Rio Branco apresenta uma enorme variabilidade pedo-geomorfológica, com cotas altimétricas variando desde 60 a 160m. De acordo com Brasil (1975), geologicamente, a área de estudo é caracterizada por sedimentos da Formação Boa Vista, interrompida em partes por basaltos da Formação Apoterí do Jurássico inferior a médio, mais preservados de alteração.
O pediplano Rio Branco, estendendo-se desde as proximidades da Capital Boa Vista até à Serra de Pacaraima ao Norte. Ao Sul até as proximidades de Caracaraí, sendo o domínio das Savanas (Campo Cerrado) até Floresta Estacional. Compreende uma área extensamente plana, algumas vezes interrompida por pequenas ondulações e depressões incipientes por onde meandram igarapés, intermitentes ou não, marcado por um alinhamento de veredas de buritis e inúmeras lagoas fechadas ou parcialmente drenadas por esses igarapés (SCHAEFER, 1994, 1997; VALE JÚNIOR, 2000).
Quanto a geomorfologia, na área estudada ocorre o predominando do relevo plano a suave ondulado da Formação Boa Vista. Geomorfologicamente, os campos do Rio Branco formam uma extensa superfície de aplainamento que apresentam áreas aplainadas e dissecadas em rochas pré-cambrianas do Complexo Guianense, certamente elaborada durante longa fase climática seca no Quaternário (BRASIL, 1975; SCHAEFER, 1991, 1994).

INTRODUÇÃO:ESTUDO DETALHADO DOS SOLOS DO CAMPUS DO CAUAMÉ DA UFRR, BOA VISTA, RORAIMA


O estado de Roraima possui um relevo muito diversificado. A região é cercada ao norte por grandes muralhas naturais, cuja origem geológica remonta ao Pré-cambiano (± 2 bilhões de anos) denominadas Serra Parima e Pacaraima, formando o grande divisor de águas entre as bacias dos rios Orinoco e Amazonas, com altitudes que variam entre 1000 e 1800 metros (SILVA, 1997).
Em direção à tríplice fronteira internacional salienta-se a Formação Roraima, que constitui relevo elevado formado por rochas areníticas avermelhadas, que formam os “Tepuis”. Logo abaixo da fronteira em direção ao sul, o interior do estado apresenta um relevo bastante acidentado desenvolvido em rochas vulcânicas, com morros e serras com altitudes entre 500 e 1800 metros. Na altura do rio Surumu, a região montanhosa dá lugar quase abruptamente a uma extensa planície sedimentar quaternária, cortada ao meio pelo rio Branco. No centro do estado essa planície é interrompida por um alinhamento de montanhas quase paralelas à serra de Pacaraima. Daí para o sul a planície segue sem acidentes através do pediplano rio Branco-rio Negro até o estado do Amazonas (SILVA, 1997).
Em geral os solos do estado de Roraima guardam estreita relação com a geomorfologia acima descrita, sendo caracterizados como de baixa fertilidade natural, baixa saturação por bases, e elevada saturação por alumínio, embora apresentem boas características morfológicas e físicas, traduzindo em bom potencial agrícola. Quanto às savanas, podemos avaliá-las como de grande diversidade pedológica, pois, das treze classes de solos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006), doze são identificadas neste ecossistema (VALE JÚNIOR; SOUSA, 2005).
Roraima tem experimentado um elevado ritmo de desenvolvimento, atribuído ao crescimento da população, especialmente de imigrantes, nas duas últimas décadas do século XX (SCHAEFER, 1994; 1997). Esse crescimento é sentido na expansão das áreas plantadas com grãos (soja e arroz), fruticultura e silvicultura principalmente em áreas de savanas, cujo planejamento de uso e manejo dos solos carece de dados mais detalhados.
Melo et al. (2004) levantaram a necessidade do conhecimento detalhado das características e propriedades químicas e físicas dos solos do Estado, objetivando o seu manejo adequado e o uso mais apropriado de insumos, pois, o uso agrícola destes solos depende de um enfoque multidisciplinar na avaliação dos problemas e no estudo de soluções, para o uso racional destas terras.   
Pesquisa realizada sobre os solos ao nível de semidetalhe na área do Pólo Roraima, mostrou que a caulinita é o principal mineral da fração argila de todos os onze perfis de solo estudados e da fração silte de alguns horizontes (EMBRAPA, 1984). Outros autores também constataram o predomínio da caulinita em solos de Roraima (MELO, 2002; MELO et al., 2006). A caulinita é um mineral de argila 1:1, encontrada em solos que apresentam grau relativamente avançado de intemperização química e, portanto, baixa fertilidade natural.
Ainda na região do Pólo Roraima, em levantamento de reconhecimento de média intensidade dos solos e aptidão agrícola das terras, Embrapa (1983) constatou que as terras, em geral, não apresentam condições agrícolas ótimas para o desenvolvimento de diversas culturas.
Estudo realizado nas terras do Projeto de Colonização Apiaú – RR possibilitou a identificação das seguintes classes de solos: Latossolo Amarelo, Terra Roxa Estruturada Similar (Nitossolo), Podzólico Vermelho-Amarelo (Argissolo Vermelho-Amarelo), Plintossolos, Glei Pouco Húmico (Gleissolo), Areias Quartzosas (Neossolo Quartzarênico) e solos Aluviais (Neossolo Flúvico). De acordo com resultados analíticos, com exceção das manchas de Nitossolo e Argissolo Vermelho-Amarelo, as atividades agrícolas na área devem ser bem conduzidas para evitar fracassos (EMBRAPA, 1982b).
Em áreas de savanas foram realizados poucos trabalhos, destacando-se o estudo no Campo Experimental Água Boa, onde através de levantamento semidetalhado dos solos e aptidão agrícola das terras, foram encontradas as seguintes classes de solo: Latossolo Amarelo e Vermelho-Escuro, Plintossolo, Glei Húmico e solos Aluviais. Todas estas classes de solos apresentam baixa fertilidade natural e saturação por alumínio elevada (álicos). Quanto à aptidão agrícola, foram encontradas terras indicadas, entre outros fins, para pastagem e para preservação da fauna e flora, porém, seria aconselhável o melhoramento da pastagem natural para o uso na pecuária (EMBRAPA, 1990a).
No levantamento realizado por Embrapa (1990b) no Campo Experimental do Monte Cristo, as principais classes de solos encontradas foram: Latossolo Amarelo, Latossolo Vermelho-Amarelo, Podzólico Vermelho-Amarelo (Argissolo Vermelho-Amarelo), Plintossolo, Glei Pouco Húmico (Gleissolo) e solos Aluviais. São solos ácidos, de baixa fertilidade apresentando a caulinita como o principal constituinte da fração argila, e nos latossolos a textura média é predominante. Esse levantamento é de fundamental importância para a presente pesquisa, pois, como o referido campo experimental está situado vizinho ao Campus Cauamé, os resultados desse levantamento forneceram subsídios aos estudos.
Quanto à viabilidade agrícola dos cerrados de Roraima, a Embrapa realizou um estudo que se baseou no levantamento de solos em escala de 1:1.000.000 elaborado por Brasil (1975) que indica a ocorrência de 17 classes de solos para os cerrados de estado. A classificação da aptidão agrícola das terras é feita em função dos seus graus de limitação, relacionados com os níveis de manejo. Nível A ou primitivo (sistemas de produção que não fazem uso de insumos agrícolas), B ou intermediário (manejo onde são adotadas práticas tradicionais de redução das limitações do meio) e C ou com adoção de sistemas intensivos (sistemas de produção que fazem uso intensivo de insumos agrícolas como fertilizantes com ou sem a adição de micronutrientes, herbicidas, fungicidas, inseticidas e sementes melhoradas). Cabe ressaltar que as estimativas de áreas mostradas na tabela 1 são restritas, pois, são apoiadas em levantamentos feitos na escala 1:1.000.000 (EMBRAPA, 1997a).

Tabela 1 - Distribuição dos solos dos cerrados de Roraima (valores aproximados), agrupados em termos de principais limitações para o uso agrícola.


Limitação ao uso agrícola
Área (ha)
Porcentagem da área total dos solos
Fertilidade
3.400.000
98%
Água
2.900.000
84%
Oxigenação
1.300.000
38%
Suscetibilidade à erosão
1.875.000
54%
Impedimento à mecanização
1.300.000
38%


Fonte: Embrapa, 1997a.

No Nordeste de Roraima, na região do Taiano e Serra de Pacaraima, em estudo da pedogênese dos solos em rochas ácidas e básicas, Vale Júnior (2000) concluiu que há certa homogeneidade com predomínio de solos pobres e ácidos, embora existam certas exceções, como podemos destacar as áreas de solos eutróficos do Taiano nos limites da unidade dos Patamares e Tabuleiros sedimentares da região do Baixo Uraricoera. Já na região de transição de ambientes da Serra de Pacaraima até a bacia do alto rio Branco, constatou-se o predomínio dos solos mais profundos e intemperizados (Latossolos) nas partes mais soerguidas e úmidas (com cores vermelho-amareladas), e nos tabuleiros sobre sedimentos pré-intemperizados (com cores mais amareladas), repetindo a clássica seqüência Serra-Tabuleiros, comum ao longo do litoral oriental brasileiro.  
Melo (2002) objetivando o aprimoramento do conhecimento das características químicas, físicas e mineralógicas e da matéria orgânica de alguns solos de Roraima, bem como a dinâmica de algumas destas características em função do tipo de uso, realizou estudos em duas áreas: terra indígena Maloca do Flexal (região nordeste do Estado) e área de colonização Colônia Agrícola do Apiaú (região central do Estado) Os solos estudados foram: Argissolos, Latossolos e Gleissolos com textura franco-argiloso-arenosa predominante. Deste estudo pôde-se concluir que a mineralogia da fração argila mostro-se homogênea com predomínio de caulinita. A fração silte composta principalmente por quartzo, revela pobreza acentuada na reserva de nutrientes. Os solos estudados possuem baixa fertilidade natural, onde o alumínio trocável domina o complexo de troca na maioria deles. A pobreza química reflete-se na qualidade da pastagem, observando-se a presença significativa de ervas invasoras indicadoras de pastos degradados.
Em levantamento de reconhecimento de alta intensidade dos solos e avaliação da aptidão agrícola das terras da área ao longo da BR-174, na região do rio Anauá, no município de Caracaraí-RR, foi constatado que a área apresenta, solos de baixa fertilidade natural, com aptidão agrícola principalmente para pastagens para o uso na pecuária. O tipo de argila é de baixa atividade (Tb), com baixa saturação de bases trocáveis (solos distróficos) e alta saturação com alumínio, superior a 50 % o que confere o caráter álico a estes solos (EMBRAPA, 1982a). Embora esse estudo tenha sido realizado em uma área de floresta, é importante ser citado, pois, serve para comparação com estudos em áreas de savanas, que em geral, também apresentam solos álicos e com baixa fertilidade natural.         
Os estudos sobre a classificação de solos acima referidos estão na sua maioria relacionados à aptidão agrícola, pois para se obter bons resultados nas atividades agropecuárias é de suma importância o conhecimento profundo sobre o solo a ser utilizado, principalmente no que diz respeito às características físicas e químicas. Nesse sentido, é lógico concluir que os programas de avaliação da fertilidade dos solos devem caminhar em associação estreita com os programas de levantamento e classificação de solos (EMBRAPA, 1991).
Em estudos mais recentes nas regiões do Alto Solimões-AM e Apiaú-RR, respectivamente, os solos variaram de moderadamente ácidos a moderadamente alcalinos e ácidos, além apresentarem baixos teores de matéria orgânica, sendo, portanto de baixa fertilidade e distróficos em geral (MELO, 2002; LIMA et al., 2006; MELO et al., 2006).
Com base em estudos detalhados e semidetalhados dos solos, é possível a realização de um manejo mais adequado do solo, como correção da acidez, adubação química, tipo de irrigação entre outros. O estudo dos recursos do solo em nível semidetalhado visa uma melhor definição de tipos de manejo e práticas de conservação de solos para cada sistema agrícola (EMBRAPA, 1999). A importância sobre levantamentos de solos também foi destacada em estudos sobre sistema e avaliação da aptidão agrícola das terras, onde Ramalho Filho; Beek (1995), afirmam que a interpretação de levantamentos de solos, é uma tarefa da mais alta relevância para utilização racional desse recurso natural, tanto na agricultura como em outros setores que utilizam o solo como elemento integrante de suas atividades.
Atualmente vem crescendo de forma bastante acentuada o interesse de instituições de ensino e pesquisa em estudos sobre classificação de solos. Embrapa (1999) enfatiza que o Sistema Brasileiro de Classificação  de Solos é uma prioridade nacional compartilhada com várias instituições de ensino e pesquisa do País. 
Levantamentos de alta intensidade do solo, são aqueles onde a faixa preferencial de escalas de publicação é de 1:50.000 a 1:100.000 e a área mínima mapeável é variável entre 10 e 40 ha. Nos levantamentos de média intensidade, a faixa preferencial de escala de publicação varia entre 1:100.000 a 1:250.000 e a área mínima mapeável é variável, entre 40 ha e 2,5 km2.
É importante diferenciar, intensidade dos levantamentos de detalhamento dos levantamentos, sendo que, os levantamentos em nível de detalhamento são mais precisos e homogêneos. Para os levantamentos detalhados recomenda-se mapas com escalas ≥ a 1:20.000, com área mínima mapeável menor do que 1,6 ha. Nos levantamentos semidetalhados a escala preferencial varia entre 1:50.000 a 1:100.000 e a área mínima mapeável recomendada é variável, entre 5 e 50 ha (EMBRAPA, 1995). 
Estudos detalhados sobre o solo são imprescindíveis para implantação de projetos de colonização. Uma vez que este estudo foi realizado em uma região que apresenta o domínio de áreas de savanas, os resultados poderão servir de base para projetos hidroagrícolas, silvicultura, pecuária e outros, pois, as áreas de savana, se corrigidas suas principais deficiências, podem apresentar bom potencial agropecuário.
Quanto a fitofisionomia, o Estado apresenta tipos de cobertura vegetal bastante diversificados. A área mapeada para savana (cerrado ou lavrado) é relativamente pequena. Na verdade cerca de 85% do total do estado é coberto por florestas tipicamente amazônicas e suas variações. O mapa de vegetação de Roraima nos lembra um mosaico de coberturas que se interpenetram irregularmente, passando de um tipo a outro de forma abrupta. O espaço fitofisionômico original do estado de Roraima pode ser dividido em três grandes sistemas ecológicos: (1) florestas; (2) campinas-campinaranas e (3) savanas ou cerrados (BARBOSA et al., 2005). 
Não podemos associar as formações vegetais a um só fator, mas entendê-las como uma resultante da interação de diferentes influências, como características de solo, quantidade intensidade e periodicidade de chuvas, tipo de relevo, tipo de rocha do embasamento e história geomorfológica, dentre outras (SILVA, 1997).  
Tradicionalmente extensas áreas de campos naturais (savana) em ambas as margens do rio Branco foram exploradas principalmente com a pecuária (SILVA, 1997). A área do Campus Cauamé está incluída nesta área, o que mostra que essa vegetação, e portanto, os solos da área, já vêm sofrendo há bastante tempo a ação antrópica.
Atualmente o estado de Roraima apresenta uma carência muito grande de estudos mais detalhados de solos, onde as principais referências são os levantamentos de solos realizados pela EMBRAPA, as teses de Schaefer (1991), Vale Júnior (2000) e Melo (2002) e o estudo realizado por Brasil (1975). Este último, é a principal fonte de informações dos projetos hidroagrícolas e planejamento de uso e manejo das terras, sendo um levantamento exploratório na escala 1:1.000. 000.
A falta de estudos mais detalhados, na região, que permitam uma melhor caracterização das principais propriedades físicas, químicas, mineralógicas e morfológicas dos solos, dificulta ações mais organizadas de desenvolvimento de atividades agrícolas no Estado.
A realização deste estudo poderá servir de suporte para atuais e futuros programas que envolvam o uso, manejo e conservação dos solos do campus e em solos semelhantes de áreas de lavrado, que apresentem características físicas, químicas e mineralógicas comparáveis. O trabalho irá ampliar o conhecimento científico da pedogênese destes solos, dando suporte às atuais e futuras pesquisas desenvolvidas na área

MICROBIOLOGIA AMBIENTAL


Variedades de Habitats
            Os microrganismo vivem em ambientes diversos, alguns em condições extremas de temperatura (baixas ou elevadas), acidez, alcalinidade ou salinidade. Tais organismos são denominados extremófilos. 
            Os microrganismos vivem em ambientes intensamente competitivos e devem explorar todas as vantagens que puderem. Por isso realizam relações de simbiose, parasitismo, comensalismo, etc. Exemplos:
            a) Simbiose animal-micróbio: dos ruminantes
            b) Simbiose alga-fungo: líquens
            c) Simbiose fungo-planta: micorrizas
            d) Parasitismo fungo-planta: ferrugem do café
            e) Parasitismo protozoário-homem: giardíase

Resíduos sólidos municipais
            Nos ateros sanitários as condições são bastante anaeróbias e os microrganismos se encarregam da decomposição do lixo.

Microbiologia Aquática
            Refere-se ao estudo de microrganismos e suas atividades em águas naturais, tais como lagos, lagoas, arroios, rios, estuários mares e oceanos.

Papel dos microrganismos na qualidade da água
            Água natural totalmente pura é rara.
-        Poluição das águas;
-        Transmissão de doenças infecciosas;
-        Eutrofização;
-        Organismos patogênicos e organismos indicadores (coliformes).

Tratamento de águas
            Pesquisa: fazer um resumo/esquema sobre as etapas do tratamento de água, desde a captação até o armazenamento para a distribuição.

Tratamento de esgotos
            Pesquisa: fazer um resumo/esquema sobre as etapas do tratamento primário, secundário e desinfecção e liberação de esgotos.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA (RESPONDIDAS)

1. (UFMG) Na mitose existe uma fase em que se dissolve a membrana nuclear, o nucléolo desaparece por completo, o fuso acromático toma feição definitiva e os cromossomos ordenam-se em um plano equatorial entre os dois pólos do fuso.Essa fase é denominada:
a) prófase
b) telófase
c) anáfase
d) metáfase
e) intérfase

2.(UEL-PR) Uma célula com 2n = 10 cromossomos deve apresentar, em metáfase da mitose, um número de cromátides igual a:
a) 5
b) 10
c) 20
d) 30
e) 40

3.(Uneb-BA) Considerando dois cromossomos homólogos durante uma determinada fase da meiose, a afirmação que melhor caracteriza a ilustração abaixo é:
a) ainda não se iniciou o pareamento entre os dois homólogos
b) logo após essa fase ocorrerá replicação de DNA
c) ainda não ocorreu a formação de cromátides não-irmãs
d) cromátides não-irmãs estão formando um quiasma
e) permutação ainda não são evidentes


4.(Cesgranrio-RJ) Nos processos de divisão celular, o posicionamento dos cromossomos na metáfase e anáfase é importante porque garante:
a) distruição equitativa dos cromossomos pelas células-filhas
b) pareamento cromossômico para ocorrência de crossing-over
c) duplicação de DNA indispensável à continuidade do processo
d) formação de cromossomos homólogos e independentes
e) alinhamentos de cromossomos necessário à formação de sinapses

5. (PUC-MG) Júlio pesquisou aspectos relativos a fenômenos mitóticos e meióticos em células eucariotas de animais. Em um dos seus experimentos, foi fotografada a célula representada abaixo:
Júlio concluiu, corretamente, que se tratava de uma célula com:
a) quatro cromossomos  na metáfase mitótica
b) oito cromossomos na metáfase I da meiose
c) quatro cromossomos  na prófase mitótico
d) oito cromossomos na anáfase mitótica
e) quatro cromossomos na prófase II da meiose

6. (PUC-SP) Certa espécie animal tem número diplóide de cromossomos igual a 8 (2n = 8). Uma célula de um indivíduo dessa espécie encontra-se em divisão e apresenta 4 cromossomos simples sendo puxados para cada pólo. Com base nessa informação, pode-se  afirmar que a referida célula se encontra:
a) na metáfase da mitose
b) na anáfase da mitose
c) na metáfase da primeira divisão da meiose
d) na anáfase da primeira divisão da meiose
e) na anáfase da segunda divisão da meiose

7. (Faap-SP) O crossing-over é um importante mecanismo evolutivo, pois proporciona, para a maioria dos seres vivos, recombinação dos seus genes durante o processo de produção das células reprodutivas, como os gametas animais.Esse processo ocorre na:
a) prófase da mitose
b) metáfase da mitose
c) prófase I da meiose
d) metáfase I da meiose
e) prófase II da meiose

8. (Ufal) A célula  a seguir esquematizada pertence a um organismo com 2n = 4 cromossomos.


Em qual fase da divisão celular se encontra essa célula?
a) metáfase mitótica
b) anáfase mitótico
c) metáfase I meiótica
d) metáfase II meiótica
e) anáfase II meiótica

9. (Ufes) Na figura está representada uma célula em divisão, que apresenta apenas um par de cromossomos (2n = 2)



Sobre a fase da divisão celular na qual ela se encontra, é correto afirmar que se trata de:
a) anáfase II da meiose, ocorrendo assim a separação dos cromossomos homólogasos e a diminuição do conteúdo de DNA nas células-filhas
b) anáfase da mitose, ocorrendo assim a separação de cromátides-irmãs e a manutenção do número  cromossômico nas células-filhas
c) anáfase I da meiose, ocorrendo assim a separação dos cromossomos homólogos e a redução do número cromossômico nas células-filhas
d) anáfase II da meiose, ocorrendo assim a separação das cromátides-irmãs e a manutenção do conteúdo de DNA nas células-filhas
e) anáfase I da meiose, ocorrendo assim a separação das cromátides-irmãs e a redução do número comossômico nas células-filhas

10. (Fuvest-SP) Os desenhos representam três células em anáfase da divisão celular, pertencentes a um organismtrono cujo número diplóide de cromossomos é igual a 6 (2n = 6). As células 1,2,3 encontram-se, respectivamente, em:


a) mitosse , meiose I e meiose II
b) meiose I, meiose II e mitose
c) meiose II, mitose e meiose I
d) meiose I, mitose e meiose II
e) meiose II, meiose I e mitose

11. (Unifor-CE) Na figura abaixo está representada uma das fases da mitose. A fase logo a seguir é a:

a) intérfase
b) prófase
c) metáfase
d) anáfase
e) telófase

12. (UEL-PR) O fenômeno que só pode ser observado  durante uma divisão por meiose é o da:
a) descondensação dos cromossomos
b) condensação dos cromossomos
c) migrção das cromátides
d) sinapse dos homólogos
e) formação do fuso

13. (UFSC) A mitose e a  meiose são dois tipos de divisão celular. Com relação a esses processos, assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s)
01. A mitose é uma divisão do tipo equacional
02. A meiose ocorre em quatro etapas sucessivas
04. A meiose ocorre na linguagem germinativa, quando da produção dos gametas
08. A mitose ocorre nas células  somáticas
16. O número de cromossomos das células resultantes de ambos os processos é igual ao das células que lhes deram horigem, porém somente as células que sofreram meiose podem apresentar recombinação genética
32. Ambos os processos ocorrem em todos os seres
64. Em alguns organismos a mitose é utilizada como forma de reprodução
Qual é a soma das alternativas corretas?
                                    77

14. (Vunesp) No gráfico a seguir, relativo ao ciclo celular, a mitose propriamente dita está representada pelo intervalo:

a) 1 e 2
b) 2 e 3
c) 1 e 3
d) 3 a 4
e) 4 a 5

15. (Ufes) Analise:
I   Durante todas as fases do ciclo celular, a quantidade de DNA é constante
II  No periodo G1 existe metade da quantidade de DNA existente em G2
III No perioso G2 os cromossomos já estão individualizadas, podendo ser vistos facilmente
Marque:
a) se todas as afirmativas são corretas
b) se todas as afirmativas são erradas
c) se apenas II é correta
d) se I e II são corretas
e) se II e III são corretas


FONTE:
Biologia série Brasil de Sérgio Linhares e  Fernando Gewandsznajder

domingo, 4 de setembro de 2011

CITOLOGIA: FUNÇÕES, OCORRENCIA È ESTRUTURA DAS ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS

ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS

1 Ribossomos ou grânulos de ribonucleoproteínas
            São organelas amembranosas, formadas por duas subunidades e presentes em todas as células.
            Sua função é a síntese de proteínas. No entanto, para desempenharem essa função eles devem estar unidos por RNAm, no hialoplasma ou aderidos à membrana do retículo endoplasmático rugoso (ergastoplasma).
            Também encontramos ribossomos no interior de mitocôndrias e de cloroplastos.
 
2 Retículo endoplasmático (RE) - Sistema de Endomembranas.
            Sistema de canais citoplasmáticos circundados por membranas, participa dos processos de transporte celular e produção de substâncias. Tem continuidade com a carioteca e faz comunicação da plasmalema com o meio extracelular.
            Pode aparecer como uma rede formando muitos compartimentos na célula e adquirir formas como cisternas, sáculos achatados, vesículas e vacúolos que se intercomunicam.  Suas dobras aumentam a superfície de contato entre o exterior e o interior da célula. Ele confere à célula uma superfície muito grande em relação ao seu volume.
  Há dois tipos de RE, o liso e o rugoso.


2.1 RE rugoso, ergastoplasma ou granular
            Formando por tubos e vesículas achatadas, que têm aderido á suas membranas grãos de ribossoma, sob a forma de polissomas. É mais desenvolvido em células que exportam proteínas, como as células do pâncreas, células calciformes da parede intestinal (secretam muco protetor da parede interna do intestino), células produtoras de anticorpos, células glandulares.
            A principal função do RER é a síntese de proteínas, porém participa também da metabolização dos ácidos graxos, fosfolipídios, colesterol e seus derivados.

2.2 RE liso ou agranular
            Sem ribossomas em suas membranas. É formado por túbulos cilíndricos retorcidos que formam uma rede de distribuição de substâncias no interior da célula, pode também promover um intercâmbio de moléculas entre a periferia e o interior celular. Há um intercâmbio entre o RER e o REL.
            O REL é responsável pela síntese de lipídios tais como a lecitina (componente da membrana celular), hormônios esteróides (presentes nas gônadas de vertebrados) e fosfolipídios. É encontrado nas células do fígado que quebram glicogênio até glicose, nas células do córtex das supra renais, células intersticiais do testículo, hepatócitos e células musculares.

OBSERVAÇÃO:
            O REL e o RER ocorrem praticamente em todas as células eucarióticas, porém em proporções diferentes, dependendo da função da célula. 

3 Complexo de Golgi
            Descoberto em 1898 por Camilo Golgi, é formado por vários conjuntos interligados de sáculos achatados em pilhas chamadas dictiossomos ou golgiossomos.
            Apresentam vesículas acopladas. O número de dictiossomos na célula depende da sua natureza. O complexo de Golgi está normalmente localizado próximo ao núcleo e ao RE. Tem função de concentração, modificação, armazenamento e eliminação de substâncias. Todas as secreções celulares saem da célula através do complexo de Golgi.
            O complexo de Golgi também forma vesículas como o acrossoma (no espermatozóide), lisossomos e a lamela média nos vegetais.
            Sob o ponto de vista morfológico é muito semelhante nas células animais e vegetais. Presente em quase todas as células eucarióticas, exceto em hemácias.
4 Lisossoma
            Vesículas pequenas, esféricas, com membrana simples que se originam do complexo de Golgi e estão repletas de enzimas. Sua função é de digestão.
            A membrana do lisossomo, por razões ainda não muito esclarecidas, é resistente as enzimas contidas em seu interior; esta membrana é revestida internamente por glicoproteína, e substâncias especiais chamadas estabilizadores das membranas lisossômicas.
Os lisossomos têm ação autofágica e heterofágica.
            a) Autofágica – Quando digere estruturas celulares danificadas e velhas (renovação), ou quando transforma um tipo celular em outro (eritroblastos se transformam em hemácias). A autofagia do vacúolo pode ainda ser estimulada por longos períodos de fome, nestes casos o vacúolo autofágico ou autofagossoma, resolve o problema de nutrição dentro da própria célula.
            Há condições normais em que o lisossoma destrói completamente a célula; para tanto sua membrana é rompida, ao processo chamamos  autólise ou citólise (ex.: regreção da calda dos girinos).
            Também ocorre autólise na modelação dos dedos do embrião humano, estes ao se formarem estão unidos por membranas que desaparecem por autólise.
            Após a morte de um organismo, os lisossomos realizam a autólise das células. Em células que estão prestes a morrer o número de lisossomos é grande.
            b) Heterofágica – Quando ocorre a digestão de substâncias que chegam a célula por pinocitose e fagocitose.

OBSERVAÇÃO:
            1. Os vegetais não apresentam lisossomos, a sua digestão ocorre no vacúolo de suco celular.
            2. Os lisossomos podem participar da digestão extracelular, suas enzimas são liberadas por exocitose e digerem substâncias do meio. Isto ocorre normalmente nos osteoclastos, eles liberam enzimas que digerem a matriz óssea nos processos de crescimentos, formação e cicatrização óssea.

Como ocorre a digestão celular
            1. A estrutura ou substância a ser digerida é englobada pela célula, forma-se então vesículas de fagocitose ou de pinocitose (fagossoma ou pinossoma).
            2. A esta vesícula unem-se um ou mais lisossomos primários.
            3. Agora é iniciada a digestão, e esta estrutura passa a ser chamada vacúolo digestivo (pode ser o autofágico). Alguns autores chamam esta estrutura de lisossoma secundário.
            4. Se houver resíduos após a digestão estes permanecem dentro do vacúolo digestivo, que agora (por ter resíduos) são chamados vacúolos residuais.
            5. Agora a célula elimina o resíduo do vacúolo por exocitose.


5 Microssomas
            Encontradas tanto em células animais quanto em vegetais. Há dois tipos principais de microssomas, os peroxissomos e glioxissomos.

5.1 Peroxissomos - Estruturas em forma de vesícula podem ser consideradas regiões do RE. Assemelham-se aos lisossomos, estão repletas de enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, porém, seu conteúdo maior é a catalase, enzima que facilita a decomposição da água oxigenada em oxigênio e água. Os peroxissomos são encontrados em todas as células eucarióticas.
2H2O2  ---  2H2O + O2

5.2 Glioxissomos - Sua finalidade é transformar lipídios em glicídios, isto ocorre nas sementes. São encontrados em vegetais, protozoários e fungos. Células animais não apresentam glioxissomos.

6 Vacúolo
            São cavidades citoplasmáticas visíveis ao MO, originam-se de invaginações da plasmalema ou de dilatação do RE. Estão presentes em células eucarióticas.   Há vários tipos de vacúolos, são eles:

6.1 Vacúolos digestivos – Ocorrem em animais e protozoários. Realizam a digestão celular, são responsáveis pela alimentação da célula e também podem digerir estruturas celulares Em verdade  o que chamamos de vacúolo autofágico é a associação do lisossoma secundário com uma vesícula que contém substância a serem digerida.

6.2 Vacúolos pulsáteis ou contráteis – Ocorrem em protistas de água doce, sua função é expulsar o excesso de água que penetra na célula por osmose, ele participa do controle osmótico destes seres. Protozoários de água salgada não possuem o vacúolo pulsátil.
6.3 Vacúolo de suco celular - Ocorre em células vegetais, são delimitados por uma membrana lipoprotéica, o tonoplasto (membrana semipermeável). Estes vacúolos têm a função de armazenar substâncias, participar da regulação osmótica da célula, e ainda de sua digestão, ocupam quase todo o citoplasma celular. Nos vegetais, estes vacúolos podem apresentar pigmentos coloridos que vão dar coloração às flores.





6.4 Vacúolos de Armazenamento – São os que armazenam substâncias na célula (como água, aminoácidos, glicídios, proteínas, íons Na), podem também armazenar resíduos, como na seringueira, seu resíduo é o látex (borracha).

Inclusões Citoplasmáticas
            As principais inclusões citoplasmáticas são gotas de gordura e o glicogênio.
O glicogênio é a principal forma de armazenamento de glicose em animais e fungos

7 Plastos
            São estruturas encontradas apenas nas células vegetais e em algas protistas. São também chamados de plastídios. Apresentam pigmentos em seu interior, e sua classificação é baseada no tipo de pigmentos que possuem.

7.1 Cloroplastos
            São os plastos mais importantes, encontrados principalmente nas células das folhas de vegetais superiores, eles através da fotossíntese produzem oxigênio, glicose e a maior parte da energia química utilizada pelos organismos vivos.
            Apresentam-se envolvido por uma membrana dupla de constituição lipoprotéica (sem clorofila). É através dela que ocorrem todas as trocas moleculares entre citosol e cloroplasto. Esta membrana envolve uma substância o estroma ou matriz, que se apresenta como um gel fluído, e contém cerca de 50% das proteínas do cloroplasto. Encontramos ainda no estroma ribossomas (plastorribossoma), DNA (conseguem se duplicam), RNA (os 3 tipos), grãos de amido, inclusões lipídicas, íons como o Mg e fosfato e as substâncias necessárias à síntese protéica.
            É no estroma que ocorre a fixação do CO2 bem como a síntese de açúcares. A membrana interna atravessa o citoplasma formando os tilacoides, granum e grana. Na superfície interna dos tilacoídes estão moléculas de clorofila, além de todos os componentes envolvidos na fotossíntese.




Função do Cloroplasto Fotossíntese
            Através dela os vegetais verdes captam a energia da luz solar emitida sob a forma de fótons e a transformam em energia química (carboidratos: glicose).

OBSERVAÇÃO:
            Seres quimioautótrofos obtêm energia de várias substâncias inorgânicas (amônia, nitrito, hidrogênio, óxidos ferrosos, gás sulfídrico etc.), por oxidação. Estes tipos de bactérias podem viver em meios estritamente minerais.

Fatores essenciais à fotossíntese:
            a) Luz solar (fonte de energia);
            b) Água (fornecida pela seiva bruta, chega ás folhas pelos vasos lenhosos).
            c) Dióxido de carbono (proveniente do ar atmosférico), que penetra nas folhas, principalmente através dos estômatos.
            A fotossíntese compreende uma série de reações, algumas das quais só ocorrem na presença de luz e outras que podem ocorrer mesmo no escuro. As etapas da fotossíntese são:
            a) etapa ou fase clara, fotoquímica ou luminosa.
            Ocorre nos tilacoídes e lamelas dos cloroplastos. Esta etapa compreende dois conjuntos de rações, a fotofosforilação cíclica e a fotofosforilação acíclica. Durante a fase clara ocorre a fotólise da água.
            b) etapa ou fase escura, química ou enzimática.
            Ocorre no estroma e é nesta fase que o CO2 e água irão reagir com a compostos que já existe no cloroplasto, para formar a glicose

Para Saber:
            Durante o dia a planta respira e realiza a fotossíntese, e, durante a noite ela só respira.

Fatores limitantes da fotossíntese
            A velocidade da fotossíntese depende:
            a) Intensidade luminosa que atinge a planta.
            b) Quantidade de CO2 oferecida à planta.
            c) Temperatura ambiente.
            d) Água.
            e) Oxigênio.


 
8 Mitocôdrias

            Ocorrem em todas as células eucariontes. São formadas por dupla membrana e constituídas por DNA e RNA próprios e apresentam ribossomos na matriz mitocondrial, sendo capazes de autoduplicação.
            Sua função é a produção de energia (ATP) para o consumo da célula, através da respiração celular aeróbica. Dependendo da função da célula ela pode ter mais ou menos mitocôndrias.


Respiração celular

Respiração celular aeróbica
            Ocorre em três etapas:
I – Glicolise
            Ocorre no hialoplasma, com a degradação parcial da molécula de glicose, com o rendimento de 2 moláculas de ATPs, produzindo ainda 2 moléculas de ácido pirúvico (C3H4O3) e 2 moléculas NADH.

II – Ciclo de Krebs
            Ocorre na matriz mitocondrial onde em uma etapa preparatória, o ácido pirúvico é degradado (desidrogenado e descarboxilado), formando 1 molécula de NADH, uma de CO2 e uma cadeia de 2 átomos de C, o grupo acetila. Esse grupo se liga com a coenzima A (CoA), formando o acetil-CoA.
             No ciclo propriamente dito, ocorre a formação do ácido cítrico. Esse é desidrogenado e descarboxilado, formando vários compostos intermediários.
            Durante essas transformações são produzidas 3 moléculas de NADH, 1 de FADH2, 2 de CO2 e ATP (anexo 1). 



III – Cadeia respiratória
            Ocorre na membrana interna dos mitocôndrios (cristas mitocondriais), onde os átomos de H retirados pelo NAD das cadeias de carbono durante a glicólise e o ciclo de Krebs, são transportados por moléculas de O2, formando água e grande quantidade de ATP. Na verdade apenas os elétrons do H são transportados (Anexo 2).



 


9 Citoesqueleto
      Estrutura formada por filamentos protéicos, os microtúbulos.
      Funções:
      - Manutenção da forma celular;
      - Movimentação das organelas celulares e sua  organização no citoplasma;
      - Mobilidade da célula, trocas coloidais  e alterações  na viscosidade do citoplasma.

10 Centríolos
      São organelas citoplasmáticas amembranosas formadas por nove trincas de  microtúbulos periféricos. Estão presentes em células animais, protozoários e em vegetais inferiores (Criptógamos).
      Participam da divisão celular e são  responsáveis pela formação dos cílios e  flagelos.



11 Cílios e flagelos
      São Organelas (estruturas) amembranosas formadas a partir dos centríolos. São constituídos por nove duplas  de  microtúbulos periféricos e uma dupla  central.
Funções:
      a) locomoção (em seres  unicelulares e certas células);
      b) proteção (eliminação de  impurezas e microorganismos, na traquéia  humana, por exemplo)





FONTES:
Apostila Aprovar
Biologia série Brasil de Sergio Linhares e Fernando Gewandsznajder